A região sul do Brasil, até a chegada dos primeiros imigrantes, era habitada pelos povos nativos das tribos tupi-guaranis que mantinham a sua sobrevivência através da agricultura e da caça.
O local de suas plantações tinha a duração média de uso de cinco a seis anos. Quando o solo estava esgotado e caça quase inexistia mudavam para outra região onde se fixavam novamente dentro deste tempo.
O encontro das culturas dos nativos e dos imigrantes europeus (portugueses, espanhóis, italianos e alemães, etc) quase sempre foi conflituoso.
Até meados do século XIX, a ocupação da região fora feita somente por imigrantes portugueses, espanhóis e seus descendentes diretos, já nascidos no Brasil. Os portugueses e seus descendentes tinham sua sobrevivência baseada na exploração direta das riquezas naturais, agricultura e pecuária. Os espanhóis, através de ações militares, se impuseram pelas conquistas do território.
O resultado destas movimentações sociais resultou em um solo ocupado por etnias resultantes da miscigenação destas raças – da nativa com àquelas que chegaram posteriormente. Este povo desenvolveu a pecuária extensiva nos pampas, a partir das Missões e criaram, de maneira informal, caminhos que cortaram toda a região sul, até o estado de São Paulo e Minas. Ao longo do caminho das tropas, desenvolveram vários núcleos urbanos e fez surgir outras, células de importantes cidades atuais.
Em 1822, quando foi declarado independente, o Brasil não dispunha de um exército eficaz para a defesa de todo o território nacional, principalmente da região sul, na época, uma região subdesenvolvida e muito exposta às investidas das tropas espanholas.
O governo central brasileiro encontrou solução na imigração européia, para ocupar a terra e investiu na colonização para a região. Os colonos preenchiam as lacunas de segurança e serviam como exército de reserva na região sul, onde os espanhóis insistiam em reivindicar suas posses.
O governo investiu em propaganda na Europa, para convencer as pessoas a virem com suas famílias para o sul do Brasil e ofereceu vantagens nem sempre cumpridas em sua plenitude. Entre estas vantagens estavam: passagens pagas, direito à cidadania, isenção de impostos e direito à posse de uma ou duas colônias de terra (24 a 48 ha).
Propaganda na Alemanha para atrair imigrantes para a América do Sul, em especial para Santa Catarina .
Propaganda do governo brasileiro para atrair imigrantes alemães para o Brasil.
Nesta época, início do século XIX, a Alemanha e a Itália não existiam como países unificados e passavam por intensas transformações sociais em seus territórios com a industrialização tardia e movimentação de pessoas do campo para as cidades. A unificação alemã somente ocorreu em 1871. Na mesma época, ocorreu a unificação da Itália, consolidada somente em 1929, com o Tratado de Latrão, entre Mussolini e o Papa Pio XI.
Chegando à terra prometida, os imigrantes se deram conta que o discurso era somente propaganda e a luta, na qual estavam acostumados a travar pela sobrevivência no solo europeu, teria que continuar. A terra prometida era muito diferente daquela descrita nas propagandas. Eram regiões rudes, desprovidos da infra-estrutura mínima, como por exemplo, estradas e com donos – os nativos.
Esta colonização teve seu marco inicial em 25 de julho de 1824, com a chegada de 39 imigrantes alemães no Porto de Tebas na Real Feitoria da Linha Cânhamo, atual cidade de São Leopoldo, RS.
25 de julho foi a data da chegada dos primeiros imigrantes alemães em solo brasileiro, de maneira organizada e em grupo. Desde então, é comemorada a data por seus descendentes, em toda a região sul e em outras regiões do Brasil.
As primeiras atividades destas pessoas, independentemente de sua formação e profissão, foi o de trabalhar a terra para garantir o alimento, este conseguido somente após a primeira colheita.
A colonização italiana iniciou somente em 1875 e, em muitos lugares simultaneamente, nos estados de Rio Grande do Sul e Santa Catarina e até mesmo em outros estados.
Die Deutschen Kolonien in Süd-Brasilian